sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Você é mais bonita do que todas as coisas bonitas. É mais bonita que o mar quando ancora no cais do seu coração que, no peito, leva e traz amores distantes, e saudades eternas dos nossos próximos instantes. E, quando a vejo na beira do caos, você se aproxima e, meio sem jeito, me pede um cigarro, um isqueiro, um lenço, um beijo e um imenso abraço. Depois, me deixa a ver vazios. Eu embarco no último navio e atraco na grandeza do mundo que nos separa.

Adeus!

Seus abraços não me tocam mais. Nossas bocas não se trocam mais. Suas palavras não me emocionam mais. O que você endeusava, se humanizou. O que você sangrava, se estancou. O que você feria, cicatrizou: é o que você queria, é o que você queria… E o que você tanto amava se evaporou aos prantos entretanto o que você procurava ainda não a achou. Sequer ouço seus ossos quebrando de saudade. Amar você agora é o de menos. Parece que a esqueci.

Mentira!

Ainda sinto a sua falta. Ainda tateio o seu seio invisível no vazio deste quarto. Ainda trepo com o seu fantasma. Não porque você é mais bonita do que todas as coisas bonitas, mas porque você cabe tão bem no que eu sinto, cabe também no que eu minto. A grande verdade, pequena, é que você é mais bonita do que a verdade.

[você é mais bonita do que todas as coisas bonitas/parte I; antônio]

(Via: eu me chamo Antônio)

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