segunda-feira, 10 de junho de 2013

No dia em que te conheci você me disse que nunca se apaixonaria, agora que entendo você. Sei que era medo, na verdade; agora estamos aqui, tão perto e ainda tão longe, não fui aprovada no teste? Quando você perceberá, querido, que eu não sou como o resto?

Não quero partir seu coração, só quero dar um tempo a ele. Eu sei que você está assustado, é errado, como se você fosse cometer um erro. Só temos uma vida para viver e não temos tempo para desperdiçar. Então, deixe-me dar um tempo ao seu coração. O mundo pode ser nosso se quisermos, podemos dominá-lo se você segurar a minha mão; agora, não há volta!

Querido, tente entender: não quero partir seu coração

(Give your heart a break- Demi Lovato, adaptada)

Às vezes penso em quando estávamos juntos, como quando você disse que se sentia tão feliz que podia morrer. Disse a mim mesmo que você era o certo para mim, mas me sentia tão solitária na sua companhia, mas era amor e é uma dor de que eu ainda me lembro. Você pode ficar viciado em um certo tipo de tristeza, como renúncia ao fim; então, quando descobrimos que não podíamos fazer sentido... Bem, você disse que ainda seríamos amigos, mas vou admitir que fiquei feliz que tudo acabou.

Porém você não precisava me cortar, fingir como se nunca tivesse acontecido e que não éramos nada. E eu nem preciso do seu amor, mas você me trata como a uma estranha e isso é tão duro! Não, você não precisava descer tão baixo, fazer seus amigos recolher os seus discos e depois mudar o seu número;embora eu ache que eu não preciso disso... Agora você é apenas alguém que eu conhecia.


Às vezes penso em todas as vezes em que você me ferrou, mas me fazia acreditar que era sempre algo que eu tinha feito e eu não quero viver assim, interpretando cada palavra que você diz. 

(Tradução: Somebody that i used to know- Gotye)


"Na tua."

"Calma. Espera. Deixa eu organizar o que quero dizer. Assim. Aquele domingo, lembra? Fui buscar pão e geleia de morango, e pedi emprestado seu MP3 player para distrair meu caminho. Talvez através da sua seleção eu soubesse melhor quem você é. Sei que eu comentei algo idiota sobre uma suposta vontade de me enforcar após ouvir sua listagem e você, meio brabo, grosso e arredio, disse “se você está com vontade de comer uma torta de morangos deve procurar uma confeitaria, e não um açougue” e blá-blá-blá. Tudo bem, não está mais lá quem falou.

Só que eu estou aqui. Querendo saber mais coisas remotamente pessoais sobre você sem que uma expressão de pavor cruze seu rosto. Então, com quantos anos você perdeu a virgindade? Já foi a algum show do Whitesnake? Você teve sarampo quando criança? Você foi criança um dia, não foi? Como vai sua mãe? Você me quer apenas como sua garota de final de semana? Eu quero mais.

Eu sei o que você vai dizer. Mentira. Não sei. Mas gosto de fantasiar alguma coisa mais ou menos parecida com “Já estamos juntos desde sexta-feira, não estamos? Você ainda quer que eu fale? Desculpe, baby, isso já é pedir demais. Pensei que minhas intenções estivessem implícitas”. Aquele seu jeito seco e ao mesmo tempo delicado de esfregar a suas razões na minha cara. Odeio quando você está certo, coisa que acontece quase o tempo todo. Além do mais, não é justo. Você já me viu meio embriagada, sentada no meio-fio, chorando de saudades da minha mãe.

Enfim, em três meses você me viu chorando 43% do volume esperado para o ano inteiro. Mas é que, sei lá. Isso tudo, todo esse medo do nada-acontecer ou do tudo-acontecer-rápido-demais tem me deixado cansada. Nada de mais. Você sabe montes de coisas sobre mim, muito porque sou tagarela, coleciono tiques nervosos e acho que está sempre faltando um algo mais – por que se contentar com o ótimo, se pode ficar perfeito? Vocês meninos têm disso? Tipo, quando jogam videogame, desmontam motores ou fazem fogo, vocês trocam ideias, buscam saber o que o amiguinho acha a respeito disso e daquilo? Tudo bem, eu sei que não. Pode ficar aí, na tua, quieto, não se faz necessário reunir forças para mover lábios e cordas vocais para responder qualquer coisa que seja. Não quero incomodar, mas, vai, solta pelo menos um muxoxo ou me manda calar essa maldita boca.

Passear pela calçada contigo tem a mesma sensação de ir a um bom restaurante concorrido. Na sua testa está escrito RESERVADO, e eu espero de verdade que o lugar seja meu. Sabe, eu tenho adorado sentar à sua mesa e experimentar sua comida bonita, colorida, aromática, sedutora e cheia de sabor. Nunca me importei muito com a receita, os ingredientes e a forma de preparo. De todos os locais onde jantei, todas as vezes evitei descobrir ratos e baratas e outras guarnições escrotas nos bastidores daqueles idiotas. Eu não queria me decepcionar. Mas contigo é diferente. Eu preciso saber. Como vou saber se estou pisando em ovos se você não me convida para conhecer sua cozinha?

Me diz alguma coisa, vai. Me fala tudo aquilo que eu ando louca pra ouvir da sua boca. Sussurra, então. Ou me ensina a receptar telepatia, essa língua que só os inteligentes e evoluídos e incógnitos e brancas-nuvens conseguem decifrar. Porque eu já estourei minha cota de intuição. Diz que me adora, que gosta de mim, que sente saudades minhas e uma vontade insana de me ver em plena quarta-feira. Sei que não muda nada, mas eu preciso ouvir. Ou isso, ou eu pego minha bicicleta e dou o fora daqui. Agora. Sabe, não está dando muito certo, às vezes eu me sinto meio o Dick Vigarista gritando para o Mutley fazer alguma coisa. E você só olha meu desespero patético e fica rindo. E então? Como vai ser?

Desisto. Eu acho, às vezes, que seria mais produtivo perseguir pombos em praça pública. Bem, eu só queria dizer que, apesar desse seu jeito todo iceberg de ser, eu te acho um rapaz incrível. Você é o melhor ser humano entre os piores que já conheci. Ou o pior entre os melhores. Não sei. Sei que eu inexplicavelmente estou na tua e você sabe disso. Não dá bola, assim que meu ataque trevoso de angústia cessar, eu sei, não vou me importar nem um pouco se você ficar na tua, se você não ligar de me aturar falando pelos cotovelos, deitada do teu lado.

Gabito Nunes

domingo, 9 de junho de 2013


Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada "impulso vital". Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol ou para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'. 
- Caio Fernando Abreu.


sexta-feira, 7 de junho de 2013

A notícia de que ela vivia alegre, quando eu chorava todas as noites, produziu-me aquele efeito, acompanhado de um bater do coração, tão violento, que ainda agora cuido ouvi-lo.
— Bento, Dom Casmurro

quarta-feira, 5 de junho de 2013




“Eles são muito diferentes. Gênios opostos, eu diria. Mas tem algo em comum. A liberdade. O desapego. O medo da entrega. Quem sabe ficando juntos encontram uma solução. Bem que podia né? Ela sempre pensou assim: “Pra ficar do meu lado tem que ser melhor que minha própria companhia. Eu tenho que admirar.” E ele me parece um pedaço daquilo que a vida tem de mais charmoso. Ela estava ficando instigada. Que mais restava àqueles dois senão, pouco a pouco, se aproximarem, se conhecerem, se misturarem? Pois foi o que aconteceu. Ela diria que ele salvou sua vida se não soasse tão dramático. Ele não faz planos ou promessas, só surpresas, te ensinou a gostar de surpresas. Ele é diferente. De repente ela percebeu que o amor era o instante em que o coração fica a ponto de explodir.

 Tati Bernardi