domingo, 28 de abril de 2013

“E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário: por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.”

— Machado de Assis, Dom Casmurro.

domingo, 21 de abril de 2013


''Entrei num restaurante com uma amiga e logo deparei com Carlinhos de Oliveira, o que me deu alegria. Olhei depois em torno. E quem é que eu vejo? Chico Buarque de Hollanda. Eu disse para Carlinhos: quando meus filhos souberem que eu o vi, vão me respeitar mais. Então Carlinhos, que se sentara na nossa mesa, gritou: Chico! Ele veio, fui apresentada. Para a minha surpresa, ele disse: e eu que estive lendo você ontem!
Chico é lindo e é tímido, e é triste. Ah, como eu gostaria de dizer-lhe alguma coisa - o quê? - que diminuísse a sua tristeza.
Contei a meus dois filhos com quem eu estivera. E eles, se não me respeitam mais, ficaram boquiabertos.
Então eu tive uma idéia e não sei se ela irá adiante; se for, contarei a vocês. Era chamar Chico e Carlinhos para me visitar em casa. Eu os verei de novo, e sobretudo meus filhos os verão. Falei dessa idéia e um de meus filhos disse que não queria. Perguntei por quê. Respondeu: porque ele é uma personalidade. Eu lhe disse: mas você também é, aos sete anos de idade ouvia tudo de Beethoven que tínhamos e pedia mais, tanto gostava e sentia e entendia. Mas quero respeitar meu filho. Disse-lhe: se eu convidar Chico, se ele vier, você só aperta a mão dele e, se quiser, sai da sala.
Também achei Carlinhos triste. Perguntei: por que estamos tão tristes? Respondeu: é assim mesmo. É assim mesmo.''
(Clarice Lispector, falando sobre Chico Buarque)

sábado, 20 de abril de 2013

“Eu também tive meu coração machucado. Me dei mal, meu bem, ninguém escapa. Mas o bom disso tudo é que agora consigo abrir meu coração sem rodeios. Sim, amei sem limites. Dei meu coração de bandeja. Sonhei com casinhas, jardins e filhos lindos correndo atrás de mim. Mas tudo está bem agora, eu digo: agora. Houve uma mudança de planos e eu me sinto incrivelmente leve e feliz. Descobri tantas coisas. Existe tanta coisa mais importante nessa vida que sofrer por amor. Que viver um amor. Tantos amigos. Tantos lugares. Tantas frases e livros e sentidos. Tantas pessoas novas. Indo. Vindo. Tenho só um mundo pela frente. E olhe pra ele. Olhe o mundo! É tão pequeno diante de tudo o que sinto. Sofrer dói. Dói e não é pouco. Mas faz um bem danado depois que passa. Descobri, ou melhor, aceitei: eu nunca vou esquecer o amor da minha vida. Nunca. Mas agora, com sua licença. Não dá mais para ocupar o mesmo espaço. Meu tempo não se mede em relógios. E a vida lá fora, me chama.”
- Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Texto para um dos 3 caras da minha vida, Caju.


Ontem fez 55 anos que nasceu Agenor, um "garoto que queria mudar o mundo"... Feliz aniversário, Caju! Onde quer que você esteja sei que estás cantando e encantando e acredito que você sabe o quanto é importante pra essa "grande pátria desimportante", nos trouxe -através da música- uma bela "ideologia"... E que nós, os teus fãs, nos orgulhamos de ti e da tua "vida louca"!
Agradeço em nome de todos os teus fãs e em meu próprio nome, que tanto te preso, por todas as ideias e ideais que deixastes, esse é "um show que você sempre irá fazer parte", não é atoa que és um dos três caras da minha vida! 
Você, que é capaz de "transformar meu tédio em melodia"; é você, Caju, que narrar todos os meus "amores inventados" e "exagerados". Foi você que me ensinou a sempre "mostrar minha cara" e a "obedecer o extinto que o coração ensina ter". 
Rei de tantos corações exagerados, do meu coração que é metade teu, "amor, meu grande amor" eu só "preciso dizer que te amo", a ti dedico "todo amor que houver nessa vida" e juro "proteger teu nome por amor, em um codinome beija flor"...

Agenor de Miranda Araújo Neto : 4 de abril de 1958 — ∞; nosso eterno Cazuza.